Da falta de gozo à falta de apetite. De um se chega ao outro. E do desencanto para os dois.

Meias furadas no sofá, um mês sem te ver, uma semana sem te querer.
Moinhos de descontentamentos, ventos de maio, mudez, cada qual com seus botões.
Teatro escuro, todos reclusos, bares fechados, vidas em cárcere.
Caminhos desfeitos.
Fim da trilha.
Aqui.

Um passo em falso.
Um não ouvidos aos instintos do coração.
Arapuca armada... caiu... inexperiente.
Uma cilada: Que te roubo a vida!

Cansaço nos define.
Nada resta.
Fim.

Desejo de virar passarinho e voar longe,
de ir e não voltar.
Ir. Sem volta.
Adeus!

A tristeza é uma lágrima difícil, engolida a seco.

O que é essa falta ?
Por que?
De que ?
Em que ?

Essa tão grande falta,

é sua, ou é minha?

Em qual rua me perdi ?

Esse sentimento frequente de desamor. É a falta que faz...

Está em mim, ou em ti, essa falta de amor?

E se mudasse a estrada, encontraria- me ?

Talvez, só talvez, nossos caminhos se descruzem. Mas a falta, talvez, ainda permaneça minha acompanhante.

Desesperadamente, não há no que insistir. O óbvio é dolorido, mas já não se camufla. O descompasso, a ausência e a incomunicabilidade persistem. São o modus operanti. Tristeza crescente. Imensa.



11.11.